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Falta de inglês fluente reduz chances de profissionais

Falta de inglês fluente reduz chances de profissionais 08/06/2009   Profissionais com mais de 30 anos perdem mais as oportunidades de ingressar em uma empresa ou mudar para um cargo melhor pela falta de fluência na língua inglesa, apontam recrutadores e professores de inglês.

No entanto, eles destacam: a maioria das pessoas com esse perfil está correndo atrás do prejuízo.

Nesse aspecto, candidatos mais jovens, dizem os especialistas, geralmente já chegam mais preparados para o mercado de trabalho, até mesmo porque os próprios pais incentivam desde cedo o aprendizado de um segundo idioma.

Exemplo de que os mais experientes correm atrás da qualificação são os colegas de classe de unidade da escola Wise Up, em São Paulo

A maioria da turma é composta por adultos com mais de 30 que confirmam: já perderam vagas por não saber falar inglês, mas estudam atualmente para não passar novamente pela situação.

Mais experiente da turma, a secretária-executiva Silvana Nascimento, de 45 anos, diz que em sua profissão é "obrigatório" ter fluência, embora nem sempre os conhecimentos sejam colocados em prática.

"Eu mesma não uso no trabalho, mas estou estudando para conseguir uma oportunidade melhor."

Silvana conta que já perdeu oportunidades em outras ocasiões. "Só de você não colocar que tem fluência em inglês no currículo, já não concorre a nada."

O técnico em eletrônica Wálter de Carvalho, de 41 anos, afirmou que atualmente passa por dificuldades por não ter fluência.

Eu trabalho numa empresa que primeiramente não exigiu inglês, mas senti necessidade porque trabalho com equipamentos médicos e os manuais vêm em inglês. Para falar na assistência técnica, precisa falar inglês. Tenho conhecimentos avançados, mas não fluência", diz o técnico.

Colega de classe de Wálter e Silvana, o administrador de empresas Élcio Corazza, de 37, afirma que em sua área o inglês também é "pré-requisito".

"Quando entrei no emprego atual, o selecionador disse que era obrigatório falar inglês, mas depois acabei conversando com o gerente e consegui a vaga. Agora, há perspectivas para quem tem inglês. Então, quero me qualificar. Para quem fala inglês, as oportunidades são sempre melhores", afirmou.

Jovens mais qualificados

Marina Paolos tem 21 anos, trabalha com turismo e comprova a tese de que os mais jovens chegam mais qualificados ao mercado em relação ao domínio de outro idioma.

Ela foi alfabetizada em italiano, aprendeu inglês para italianos e agora está no nível avançado de inglês para brasileiros.

"No meu trabalho, é muito importante ter inglês, tanto para contato com fornecedores como para contatos com clientes."

"Muitos adolescentes entram no [curso de] inglês porque os próprios pais já passaram por dificuldades ou sentem que o mercado de trabalho exige um segundo idioma. Já entre os adultos, o mais comum é gente que corre atrás. Entrou em nova empresa que exige o idioma ou quer mudar de emprego e quer ter mais chances", comenta Luisa Siqueira, coordenadora pedagógica da escola Wizard.

O diretor de pesquisa e desenvolvimento da Wise Up, Sérgio Barreto, diz que a maioria das pessoas sabe que o inglês "é uma exigência de currículo".

"A nova geração sabe que o inglês é como uma faculdade, tem que fazer. Agora, o profissional que está com 30, 40 anos, que trabalhou na máquina de escrever, busca cursos otimizados, com necessidade de resultados rápidos."

Para favorecer os profissionais mais experientes que busca conhecimentos em inglês, a Wizard, por exemplo, tem cursos específicos para secretariado, área de petróleo e gás e de turismo.

Tarde para começar?

O diretor da Wise Up Sérgio Barreto afirma que não existe limite de idade para começar a aprender a língua inglesa.

"Uma pessoa de 50 anos, por exemplo, com capacidade gerencial, nunca para de aprender. Pode ter um pouco mais de dificuldade, mas se entender que tem que se comportar como aluno, fazer os deveres, vai aprender."

"Em um ano é possível ter uma comunicação eficiente, logicamente com defeitos de proposição, coesão. Precisa de mais tempo para saber como ser sutil ou enfático", completou.

Mentira no currículo

Os recrutadores são enfáticos ao afirmar que os profissionais com fluência em inglês têm mais oportunidades e podem ganhar salários melhores que os demais.

Além disso, quem sabe falar inglês tem mais oportunidades. "Aqui na empresa o inglês é mais classificatório do que eliminatório. Se você tiver fluência, pode desempatar um processo e ficar com a vaga", diz a diretora de gestão de pessoas da empresa de auditoria BDO Trevisan, Valquiria Rafael da silva.

No entanto, os selecionadores recomendam: nunca se deve mentir no currículo sobre o nível de inglês. Isso pode fazer com que o selecionador descarte o profissional mesmo para vagas futuras, mesmo naquelas em que a língua inglesa não seja requisito fundamental.

De acordo com a consultora de recrutamento e seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos Gisele Andriotti, é comum candidatos mentirem sobre o nível de inglês no currículo.  Segundo ela, os que fazem de "má fé" podem se prejudicar.

"Se ele (o candidato) falou que tinha inglês fluente e tem avançado, não faz diferença. Mas se ele falou que tinha avançado e só tem o básico, isso é má fé. Alguns não sabem se devem colocar nível maior para ser selecionado, mas o correto é ser sincero", diz.

Gisele disse que a empresa faz entrevista pessoal, testes e avaliação oral para checar o nível de inglês quando a vaga exige fluência ou conhecimentos avançados.

Goiasnet.com/G1

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