Mundo Mulher

TERMINA HOJE EM SP O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE VACINAS

29/05/2010

 

- GRIPE H1N1, CRIAÇÃO DE NOVAS VACINAS E TECNOLOGIA, COQUELUCHE E UM ALERTA SOBRE O HPV NO BRASIL

FORAM ALGUNS DOS DESTAQUES

 

O Simpósio Internacional de Vacinas teve início ontem, trazendo várias novidades na área de vacinas, entre elas a que previne contra a gripe H1N1, a criação de novas vacinas e tecnologias de produção, a volta da coqueluche e um alerta sobre o HPV, um problema de saúde pública.  

 

O evento é Presidido pelo Dr. Calil Farhat, Professor Titular de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo/Unifesp e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria/SBP e tem a participação de líderes de opinião de todo Brasil, além de renomados profissionais internacionais envolvidos com a vacinologia.

 

Um dos destaques é a discussão sobre as novas técnicas de biotecnologia no desenvolvimento de vacinas. A novidade é a produção em células, não em ovos, forma de cultivo até agora utilizada.  A nova técnica já está sendo aplicada na Europa.  “É um consenso entre os especialistas que não há vacinas para todo mundo e somente com a aplicação de novas tecnologias é que será possível aumentar o cultivo das vacinas e posterior aumento na distribuição”, informa Dra. Lily Weckx, Professora Associada de Infectologia Pediátrica da UNIFESP/EPM e membro da Comissão Permanente de Imunizações da Secretaria de Saúde e Ministério da Saúde.

 

Sobre H1N1, reforçou-se, durante as palestras, a necessidade de prevenção dos grupos de risco mais suscetíveis a esta gripe: as crianças até 2 anos e as grávidas, além do sucesso recente da Campanha de Vacinação contra a Gripe, em ambos os grupos.  

 

Também a criação de novas vacinas, como a da Dengue, em desenvolvimento no Brasil, para lançamento em breve e a recente inclusão da Vacina Pneumococo, no Calendário Oficial do Ministério da Saúde, gratuitamente, para crianças no início da vida, são avanços comemorado pelo grupo que está reunido em São Paulo.

 

A volta da Coqueluche

 

Parte do programa do Simpósio, dados sobre Coqueluche (comumente chamada de tosse cumprida), foram discutido, frente ao aumentando lenta e constantemente em todo o mundo, atingindo principalmente adolescentes e adultos jovens. Um alerta foi dado sobre o contágio de crianças pequenas, pelos adultos, informação dada pelo médico  Rolando Ulloa-Gutierrez, da Costa Rica, durante o evento.  “Nas últimas décadas, a incidência da doença mudou de forma significativa. A maioria das internações, complicações e mortes ocorrem em bebês com seis semanas de vida”, explica Rolando Ulloa-Gutierrez, médico especializado em Infectologia da Costa Rica, que dirige o Programa Nacional de Residência Médica, leciona na Universidade de Ciências Médicas e trabalha no Hospital Nacional Pediátrico Dr. Carlos Sáenz Herrera. “As principais vítimas são aquelas que não tomaram a série básica de três doses da vacina aos dois, quatro e seis meses de idade”, completa.

 

Com prevenção por vacina, assegurada já há mais de 50 anos, a Coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis e atinge cerca de 18 milhões de pessoas por ano, causando 250 mil mortes, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde. É hoje a quinta maior causa de mortes de crianças menores de cinco anos no mundo por doenças imunopreveníveis. No Brasil ocorrem cerca de 1000 casos/ano.  Em SP, foram notificados 64 casos em 2000 e 258 casos em 2008, com 6 mortes pela doença.

 

Dados alarmantes sobre o HPV, um problema de Saúde Pública

 

A inclusão da Vacina para prevenção do HPV, no Calendário Oficial do Ministério da Saúde é uma das discussões mais freqüentes hoje e será discutida durante o Simpósio. Vários países da Europa já vacinam a população até os 40 anos pois segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 630 milhões de homens e mulheres (1:10 pessoas) estão infectados por este vírus no mundo. “No Brasil, estima-se que haja 9 a 10 milhões de infectados pelo HPV e que, a cada ano, 700 mil casos novos surjam, podendo ser considerada, portanto, se não uma epidemia, é um problema de saúde pública”, alerta Dra. Lily Weckx, que coordena o Simpósio.


Uma das conseqüências mais sérias da aquisição da infecção HPV, por transmissão sexual, é o câncer do colo de útero, que pode ocorrer em qualquer idade da vida de uma mulher. Cerca de metade de todas as mulheres diagnosticadas com câncer do colo de útero, tem entre 35 e 55 anos de idade. Muitas dessas mulheres foram provavelmente expostas ao HPV na adolescência ou na faixa dos 20 anos de idade.

Em todo o mundo, o câncer do colo de útero é a segunda maior causa de câncer em mulheres - atrás apenas do câncer de mama. A Organização Mundial de Saúde estima que existam atualmente mais de 2 milhões de mulheres em todo o mundo com câncer do colo de útero. 

O Simpósio é uma realização da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, Universidade de São Paulo – USP, Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP, Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIM, com o apoio da  Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e com patrocínio dos Laboratórios Abbot, Baxter, Biomanguinhos – Fiocruz, GlaxoSmithKline, Merck Sharp & Dohme, Novartis Vaccines,  Pfizer Vacinas,  Solvay Pharma, Sanofi Pasteur e Wyeth.

 Andréia Wingeter- andreia@spoke.com.br


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