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Voo enfrenta turbulência e fere 28

04/08/2009

Boeing da Continental airlines deixou o Rio rumo ao Texas, mas teve de pousar em Miami

Um Boeing 767-200 da Continental Airlines, com 179 pessoas a bordo - 168 passageiros e 11 tripulantes -, enfrentou forte turbulência ontem de manhã sobre o Oceano Atlântico, deixando 28 passageiros feridos. O voo 128, que partiu do Rio com destino a Houston, no Texas (Estados Unidos), foi desviado para Miami, onde fez um pouso de emergência. Até as 19 horas de ontem, quatro pessoas estavam internadas em estado grave, segundo informações de autoridades locais ao jornal americano Miami Herald.

Pelo menos oito feridos foram encaminhados aos Hospitais Jackson Memorial, Hialeah, Metropolitan e Mercy. Seis pessoas continuavam hospitalizadas até as 19 horas de ontem “em boas condições”, segundo a Assessoria de Imprensa dos hospitais. A Continental Airlines não divulgou identidade e nacionalidade dos ocupantes, mas, segundo relatos, pelo menos metade era brasileira.

O avião saiu do Rio às 21h45 de domingo e deveria ter chegado a Houston às 6 horas de ontem. As turbulências ocorreram durante a madrugada, enquanto a aeronave sobrevoava a região entre Porto Rico e as Ilhas Turks e Caicos, na América Central. Cerca de uma hora depois da turbulência, às 6h35 (horário de Brasília), o avião fez um pouso de emergência. As causas do acidente serão investigadas pela Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).

A turbulência, que durou cerca de 15 segundos, foi descrita por passageiros como “momentos de queda livre”. “Quem não estava usando cinto de segurança saiu do banco e bateu no teto”, disse à reportagem o executivo dinamarquês Jan Lomholdt, de 43 anos, que vive no Rio. “Vi umas 20 pessoas nos ares. “

Em nota, a empresa frisou que, no momento da turbulência, os sinais para apertar os cintos de segurança foram acendidos. Além de deixar feridos, o incidente arruinou o interior da aeronave.

Boa parte da proteção plástica das luzes nos corredores se quebrou. Pelo menos um banco se soltou e máscaras de oxigênio caíram na frente dos passageiros. “Tudo estava nos ares. Livros, malas, garrafas, roupas, caixas, tudo pelos ares. E as pessoas se seguravam como podiam”, disse Lomholdt, que fraturou as costas ao se segurar em um dos bancos para que não batesse no teto. Ele estava na parte de trás da aeronave, em direção ao banheiro, quando o incidente teve início.

O executivo relatou que uma mulher, sentada perto da área reservada à tripulação, “machucou toda a face”, atingida por garrafas e vidros de perfume, com a abertura dos compartimentos de bagagem. “Quem não conseguiu se agarrar, bateu duas vezes: no teto e depois no chão.”

Um médico entre os passageiros ajudou no atendimento. No resto do voo, após a turbulência, os passageiros seguiram em silêncio, enquanto a tripulação trazia gelo. “Todos pareciam em choque”, disse Bruno Baker, de 13 anos, enteado de Lomholdt, que também estava a bordo. (AE)

“Pessoas voavam como bonecas”

Renata Tranches

O passageiro do voo 128 da Continental Airlines Fabio Ottolini, que vive em Houston (Texas), relatou em seu perfil no Twitter os momentos de horror que vivenciou ontem. Ele contou que viajava com sua família, do Rio de Janeiro para Houston. “Graças a Deus estamos todos bem!”

Ele relatou que não estava usando o cinco de segurança na hora da turbulência. Segundo Ottolini, naquele momento ele iria começar a preencher o formulário de imigração e precisava de uma caneta. Então, levantou-se para pegar uma em sua mochila. “De repente eu estava sentado no chão, olhando para o fundo da aeronave”, disse.

No momento seguinte, conta, o avião estava perdendo altitude. “A sensação é similar a de uma roda-gigante. “

Ottolini relatou que se agarrou à estrutura de ferro da poltrona e porisso não foi arremessado ao teto. “Não sei como consegui isso”, disse. Ele afirmou que seu braço direito ficou com alguns hematomas, mas nada grave. “Realmente pensei que iríamos morrer.”

Segundo o brasileiro, enquanto tentava se proteger, via pessoas “voando como bonecas”. Todos que não estavam usando o cinto se machucaram, menos ele, relatou.

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