20/04/2010

Repórter encontra família que se recusa a deixar casa

Depois de seis dias de erupção, a nuvem de cinzas do vulcão na Islândia provocou um cenário desolador na região. Os enviados especiais Flavio Fachel e Orlando Moreira mostram como está a vida dos moradores do local.

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O vento forte voltou. E o povoado, mais uma vez, teve que enfrentar a nuvem gigante de cinzas que sai sem parar da boca do vulcão. Flávio Fachel foi até o único caminho que leva ao lugar. E, de perto, a nuvem é assustadora. A estrada quase que desaparece, de repente. O cheiro é forte, e não é possível ficar muito tempo fora do carro.

O céu de meio-dia na região atingida pelas cinzas ficou marrom. No local, os olhos ficam irritados, e o repórter precisa usar uma máscara, porque a fumaça é tóxica. Todas as pessoas que estavam na região, tiveram que sair de novo. Ficaram só os animais protegidos, dentro do celeiro.

Flavio Fachel encontrou vários carros deixando a região. E as casas vazias ficam com as luzes acesas. É a única maneira de serem localizadas dentro da escuridão vulcânica. Mas uma família de, mesmo avisada, decidiu ficar. “Não queremos sair”, diz um homem.

A mulher dele, resignada, pergunta: "por que não ficar? Este é o destino de quem vive na Islândia”. As máscaras de proteção ficam penduradas junto com os casacos. E são usadas na hora de ir até o galpão, para alimentar as ovelhas.

A nuvem de cinzas vulcânicas cobriu a maior parte da Europa e já atingiu o Canadá, no continente americano.

A quantidade de fumaça começa a dar sinais de que está diminuindo. Nesta segunda-feira (19), a nuvem que sai do topo da montanha atingiu três mil metros, bem mais baixo do que na semana passada, quando chegou a quase dez mil metros de altitude. Quanto mais baixa, menor chance de a nuvem se espalhar. Já é possível ver um clarão avermelhado dentro da cratera, indicando que o vulcão começa a expelir mais lava e menos poeira.

Apesar de os cientistas terem dito que a quantidade de cinzas que sai do vulcão diminuiu, a imagem que se tem do Eiafiatláiogut hoje é uma grande coluna de fumaça que continua saindo do topo da montanha e vai sendo empurrada em direção à Europa pelo vento forte que sopra sem parar na Islândia, nesta época do ano.

Goiasnet.com/Jornal Nacional