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Menstruação

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O maior passo para a independência feminina deu-se nos anos 60 com o advento da pílula anticoncepcional. O rompimento do vínculo sexo-gravidez trouxe uma nova consciência sobre sexualidade e prazer. Hoje, além de decidir qual o melhor momento para ter filhos, muitas mulheres também querem alternativas para livrar-se dos incômodos da menstruação. A busca por espaço no mercado de trabalho e o envolvimento com a carreira, parecem ser uns dos fatores que impulsiona a corrida aos consultórios para avaliar o risco-benefício do bloqueio menstrual.

Durante muito tempo, diversos mitos e preconceitos envolviam a menstruação. Muitas pessoas vinculavam o sangramento menstrual à limpeza do útero e do organismo. Outras acreditavam que a ausência de menstruação tornava a mulher menos fêmea ou infértil. Hoje, porém, sabe-se que o fato de não menstruar não tem nenhuma relação com a fertilidade ou a feminilidade.

Segundo o diretor clínico do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, Dr. Arnaldo Cambiaghi, parar de menstruar não causa problemas futuros desde que se tenha cautela com relação à idade, distúrbios hormonais e doenças uterinas ou ovarianas.

Os métodos disponíveis são cirúrgicos e clínicos. Os métodos cirúrgicos consistem na retirada do útero (histerectomia) e na ressecção endometrial (um tipo de curetagem mais profunda que remove a camada responsável pelo sangramento). Por serem métodos irreversíveis, são indicados apenas para quem já tenha a família definida e apresenta fluxo muito intenso e anemia.

Os métodos clínicos são a maior novidade e, com exceção dos métodos injetáveis, são os mais recentes no Brasil (4 ou 5 anos). As drogas disponíveis para este fim, na verdade foram desenvolvidas para evitar a gravidez. A interrupção da menstruação é, na verdade, um efeito colateral assim como os outros benefícios relacionados ao uso destes medicamentos: diminuição das cólicas e dos sintomas da TPM, miomas e endometriose.

Existem quatro maneiras de suspender temporariamente o fluxo menstrual: pílulas anticoncepcionais de uso contínuo, contraceptivos injetáveis com duração de três meses, e os mais modernos: os implantes (Implanon®) e os endoceptivos (Mirena®). O Implanon® é um bastãozinho de hormônio com cerca de 10 cm, introduzido logo abaixo da pele, no antebraço, com uso de anestesia local e dura três anos. O Mirena® é colocado dentro do útero e dura até cinco anos.

O Dr. Arnaldo Cambiaghi considera os implantes e os endoceptivos (intra-uterinos) excelentes métodos anticoncepcionais para mulheres que preferem não menstruar: "Freqüentemente são lançados no mercado novos produtos para tratamentos diversos, mas são poucos que têm efeito positivo no comportamento das pessoas ou mudanças de hábitos nas mulheres, como esses. Eu recomendo com a máxima tranqüilidade esses métodos, desde que não haja contra-indicações. Além disso, embora não exista um método anticoncepcional infalível, a falha desses métodos é praticamente zero e dispensa controles adicionais".

Para voltar a menstruar e conseguir engravidar basta suspender a medicação e a fertilidade retorna em poucas semanas. Ainda não houve casos de dificuldades para engravidar comprovadamente relacionados a esses métodos. Entretanto, antes indicar um deles para mulheres sem filhos, deve-se avaliar cuidadosamente o risco-benefício. A maior dúvida sobre a prática de suspender a menstruação é com relação a mulheres muito jovens e adolescentes, pois não há consenso sobre a influência de hormônios externos no desenvolvimento natural das glândulas que coordenam o ciclo menstrual.

O Dr. Arnaldo Cambiaghi atende no Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, que fica na rua Abílio Soares, 1125. São Paulo - SP. Tel: (11) 3884-4273. E-mail: saude@ipgo.com.br.

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