Mundo Mulher

Plásticas secundárias

03/09/2011

Rinoplastia secundária – problemas causados pela primeira cirurgia plástica já tem solução

 Defeitos estéticos ou funcionais e insatisfação do paciente, decorrente de uma primeira intervenção cirúrgica, podem ser corrigidos com uma nova plástica.

 A  busca pelo nariz desejado pode, muitas vezes, necessitar da realização de uma segunda cirurgia, denominada rinoplastia secundária que têm como objetivo a correção dos defeitos estéticos e/ou funcionais originários da primeira cirurgia. A decisão por uma nova operação depende do grau de insatisfação do paciente e, principalmente, se os tecidos locais permitem um conserto satisfatório. De acordo com o cirurgião plástico, Cláudio Bicudo, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, embora seja possível corrigir a maioria dos problemas em uma nova cirurgia, alguns pacientes apresentam condições, especialmente em relação à pele e a mucosa interna do nariz, que tornam a situação inoperável. Por isso, é preciso procurar um especialista neste tipo de procedimento, para que a situação não fique ainda mais complicada. 
  

“O nariz pode ficar com uma aparência pior se a técnica correta não for utilizada e/ou o corpo responder de uma forma imprevisível. Portanto, é fundamental que o paciente realize a cirurgia somente com um especialista em rinoplastia secundária, de preferência que domine a técnica estruturada”, diz Bicudo. “A busca por estas cirurgias também estão ligadas à baixa estima. A rinoplastia é um desafio, não somente por conta da dificuldade técnica da cirurgia, mas também pela situação emocional do paciente que, quando procura a segunda cirurgia, demonstra emoções de frustração, depressão e ocasionalmente, raiva em relação ao resultado da primeira intervenção. Muitas mulheres se sentem mal após uma operação que acham não der dado certo. No caso da mamas, por exemplo, muitas chegam a ter vergonha do marido e não ficam mais nuas na frente de seu cônjuge”, completa o cirurgião plástico, também Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Alexandre Charão.  


            Na rinoplastia estruturada, a filosofia e sistematização operatória são diferentes. O objetivo é o de visualizar o esqueleto do nariz completamente, utilizando a abordagem aberta. O cirurgião esculpe as cartilagens e ossos de forma conservadora, precisa e simétrica, melhora a parte respiratória, tratando desvios de septo ou hipertrofia de cornetos simultaneamente à parte estética, e fortalece o esqueleto nasal remanescente. O procedimento é feito a partir de enxertos de cartilagem (retirada do septo, costela ou orelhas) na forma de vigas de sustentação invisíveis. Além disso, pontos de fixação são utilizados para reconstruir os ligamentos interrompidos durante a cirurgia. “Devido à maior dificuldade técnica do procedimento, muitas vezes a rinoplastia secundária tem de 2 a 3 vezes maior tempo cirúrgico se comparado a rinoplastia primária convencional. Isto se deve em parte pela necessidade de se obter e esculpir os enxertos utilizados na cirurgia”, explica Charão. O resultado é uma estrutura nasal esculpida e fortalecida, que tem menos chance de ser distorcida pelo tecido de cicatrização e pelas forças
respiratórias. 

            Como a rinoplastia secundária tem com objetivo a produção de um nariz “individualizado”, que combina naturalmente com a face e a etnia do paciente, é necessário um estudo detalhado das proporções do nariz em relação à face do paciente e um planejamento cirúrgico baseado no resultado e no senso estético.


Atualmente, a simulação computadorizada é usada para mostrar ao paciente o que deve ser corrigido e como isso pode ser feito. Por questões de ética, o paciente deve ser informado de que esta ferramenta é apenas educativa e que não constitui uma promessa em relação ao resultado. “Os desenhos aprovados pelo paciente são levados à sala de cirurgia e servem apenas como referência para o cirurgião realizar a rinoplastia estruturada. Este sistema estabelece uma boa sintonia entre o cirurgião e o paciente, fator fundamental para que as expectativa sejam atingidas, oferece resultados cada vez mais naturais e minimiza a chance de insatisfação estética após a rinoplastia secundária”, finaliza Alexandre Charão. 


Para a realização de uma segunda cirurgia deve-se esperar pelo menos um ano decorrido para que todas as estruturas nasais estejam completamente recuperadas.

Alguns motivos que podem contribuir para o insucesso da rinoplastia, indicando a realização de uma rinoplastia secundária:

- Pacientes com características desfavoráveis (ex. pele muito grossa, pele fibrótica devido a cirurgias prévias/preenchimentos, pele aderida ao esqueleto nasal, forro nasal insuficiente, grandes perfurações septais, etc);

- Inabilidade de entrar em sintonia com o médico em relação às queixas, expectativas e quanto ao resultado efetivamente possível em cada caso;

- Expectativas não realistas por parte do paciente;

- Inabilidade por parte do médico de diagnosticar os problemas funcionais e/ou estéticos do nariz do paciente;

- Má execução técnica da cirurgia, que pode envolver, inclusive, a escultura imprecisa ou assimétrica das cartilagens da ponta do nariz;

- Colocação errada do curativo;

- Trauma sobre o nariz após a cirurgia;

- O paciente não seguir as recomendações de cuidados do pós-operatório;

- Resposta imprevisível do paciente, especialmente em relação à produção de tecido de cicatrização (fibrose) e ao processo de cicatrização;

 

Ação das forças respiratórias sobre o esqueleto do nariz:

- Formação de uma ou mais dobras de cartilagem, causada(a) pela contração do tecido de cicatrização que sempre se forma após a cirurgia.

- Desalinhamento das cartilagens da ponta, fazendo com que uma parte da cartilagem se insinue contra a pele e seja visível e/ou palpável.

- Afinamento da pele ao longo dos anos após a cirurgia, levando à visibilidade de irregularidades e/ou dos contornos das cartilagens. Este fenômeno se chama esqueletização. 

Dr. Alexandre Charão e Dr. Cláudio Bicudo -  Membros Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Michelle - dmc21@dmc21.com.br

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