Mundo Mulher

Ouvindo mal

Muitas pessoas não sabem que 10 de novembro é o Dia Nacional de Combate à Surdez. Calcula-se que hoje, no Brasil, existem mais de 10 milhões de pessoas com a audição comprometida. As causas são muito variadas: vão desde os problemas pré-natais (rubéola na gravidez, parto prematuro, por exemplo), passando pelas doenças na infância (sarampo, coqueluche, caxumba e meningite), traumatismos sonoros ou físicos e até problemas de ordem genética.

“Prevenção é a melhor arma para combater a surdez. E isso tem que começar já na primeira série das escolas, quando os alunos estão em processo de aprendizagem. Detectar os problemas de audição nessa fase é importantíssimo, pois vai ajudar o deficiente auditivo no seu aprendizado e facilitar o seu relacionamento social com outras crianças”, adverte Dr. Edigar Resende de Almeida, presidente da Fundação Otorrinolaringologia. Essa entidade foi idealizada pelo corpo docente da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP.

Surdez não escolhe idade

O problema da surdez atinge todas as faixas etárias. Em adultos, por exemplo, o ambiente de trabalho é fator determinante para o aparecimento de lesões graves no aparelho auditivo, como nos trabalhadores da construção civil, metalúrgicas, setor de obras públicas, aeroportos e outros locais de forte incidência de ruídos muito altos próximos a um ou a ambos os ouvidos.

Resfriados e gripes mal curadas podem impedir o arejamento do ouvido, ocasionando doenças muito comuns como a otite média (infecção capaz de perfurar o tímpano) e a otite secretora (líquido que aparece no ouvido, sendo a causa mais freqüente de perda auditiva na idade escolar). Essas doenças são tratadas por medicamentos ou por cirurgias, com alto índice de sucesso.

“Os fatores para o surgimento da surdez são múltiplos. Por isso, a prevenção é fundamental a partir do recém-nascido, com testes do tipo: se o bebê não se assusta quando alguém bate palmas a 2 metros de distância ou ele não pára de chorar quando ouve a voz da mãe. Estes são dois sinais de alerta de que algo não está correndo bem. Na idade escolar, se o aluno tem distração constante, desempenho escolar abaixo da média e resfriados e dores de ouvidos freqüentes, ele precisa ser levado a um posto de atendimento médico e procurar um otorrinolaringologista”, explica Dr. Edigar.   

Criada em 1995, a Fundação Otorrinolaringologia é uma ONG voltada ao ensino, pesquisa, educação e programas qualitativos de assistência médica à população brasileira. Há três anos realiza a campanha ”Quem Ouve Bem, Aprende Melhor”, que, no ano passado, atendeu mais de 780 alunos, em mais de 10 mil escolas públicas distribuídas em 429 municípios pelo Brasil.

Mundo Mulher
Mundo Mulher
Mundo Mulher
box_veja