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Os efeitos colaterais de uma sessão quimioterápica podem ser reduzidos se o paciente oncológico estiver emocionalmente bem equilibrado. Isso não é uma tarefa fácil. Além do apoio da família e, eventualmente, de profissionais da psicologia e psiquiatria, o oncologista clínico também desempenha um papel fundamental nesse sentido. Essa é a opinião da equipe do Instituto de Oncologia de Sorocaba - Integração (IOiS).  

De acordo com a dra. Letícia de Andrade Nader, oncologista clínica do IOiS, a toxicidade resultante da quimioterapia tende a ser de duas a três vezes maior em pacientes deprimidos ou excessivamente ansiosos. "É importante que o médico esteja atento aos sintomas que indiquem depressão ou ansiedade e adotem medidas para controlá-las", defende. A depressão, por exemplo, é muito comum nesses pacientes. A literatura especializada indica que entre 15% e 20% das pessoas com câncer sofrem desse mal. O índice sobe para 50% em pacientes que estão em um estado avançado da doença.

Não é apenas com terapias ou remédios que se proporciona o equilíbrio emocional. O diálogo humanizado do médico com o paciente é fundamental. Para se aperfeiçoar nesse sentido, a dra. Letícia chegou a freqüentar, em 2003, o curso de aprimoramento em Psico-oncologia do Hospital A.C. Camargo. O primeiro contato entre o oncologista clínico e seu paciente é um ponto decisivo para a relação que está prestes a se iniciar. "Minhas primeiras consultas são substancialmente mais longas, tanto que procuro dividi-las em duas", conta. Segundo a médica, nos contatos iniciais procura-se observar atentamente o paciente e ouvir mais do que falar. "Avalio o comportamento da pessoa, as mensagens que seu olhar, gestos e atitudes transmitem. Isso me dá a noção de como dialogar e interagir com ele dali para frente".

O início do tratamento oncológico impõe ao paciente uma série de exames clínicos que vêm acompanhados de diversas consultas. É natural que a relação entre eles se estreite com o tempo. "Defendo o conceito de que o paciente deve ter autonomia diante da nova realidade", diz Letícia. Isso, contudo, não significa despejar sobre seus ombros todos os diagnósticos e resultados. "É preciso torná-lo ciente de tudo, mas nunca deixar de ampará-lo emocionalmente". A oncologista explica que esse conceito implica em ajudar o paciente a encarar a doença. Se não houver omissões ou mentiras (por parte do médico), a confiança será um fator importante para o tratamento e também proporcionará relativa tranqüilidade ao paciente.

Um ponto delicado para o médico que resolve adotar o perfil humanista no atendimento aos seus pacientes reside justamente em discernir e equilibrar esse conceito com a tecnologia e recursos científicos disponíveis. Muitas vezes, o profissional pode relutar em tentar uma nova linha quimioterápica ou um outro tratamento, julgando que isso poderá comprometer a qualidade da vida do paciente. O inverso também é verdadeiro. "É a experiência que nos ensina a dosar esses elementos", atesta Letícia.

Mais informações para a Imprensa:
Dra Letícia Andrade Nader - IoiS -  (15) 232.2119
Assessoria de Imprensa - Sérgio ou Andréa - (15) 222.3040

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