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Mamografia

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Estudo realizado no Massachusetts General Hospital Avon Comprehensive Breast Cancer, entre os anos de 1985 a 2002, indica que 60% das mulheres deixam para fazer a primeira mamografia aos 40 e tantos anos. Quase 90% das entrevistadas passaram a obedecer à rotina anual de exames depois de completar 50 anos. O resultado está provocando um certo temor por parte dos médicos, já que está provado o quanto a precocidade da detecção de um câncer contribui para o sucesso do tratamento.

"A mamografia ainda é o método atualmente disponível mais eficiente na detecção precoce de câncer de mama, podendo reduzir consideravelmente o índice de mortalidade em mulheres acima dos 50 anos. Daí a importância de a paciente não sentir-se desencorajada a fazer o exame uma vez por ano", diz o médico Aron Belfer, da URP Diagnósticos Médicos.

Uma vez que a mamografia é um exame coberto pela quase totalidade dos planos de saúde no Brasil, Belfer aponta outras possíveis causas que justifiquem o descuido feminino em relação à saúde. "Pacientes que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) e conhecem o longo tempo de espera a que têm de se submeter para passar em consulta e fazer os exames necessários, muitas vezes acabam adiando o controle mamográfico. Até porque nem sempre há um posto de atendimento com mamógrafo próximo ao bairro em que residem". O estudo americano aponta que as mulheres desprovidas de seguro-saúde costumam iniciar os exames seis anos mais tarde que o normal.

O radiologista também julga a mídia e as campanhas públicas de divulgação deficientes no sentido de conscientizar de fato as pacientes a repetirem os exames anualmente. "É comum o pensamento feminino 'se o exame deu normal, para que repetir daqui a um ano?'. As campanhas costumam entusiasmar um grande número de mulheres. Mas, depois de participarem de passeatas e eventos, não retornam ao médico para repetir o exame".

Por fim, outro problema que costuma inibir as pacientes é sentir dor durante o exame. Muitas se queixam de um certo desconforto enquanto suas mamas são posicionadas no equipamento e acabam preferindo correr riscos a se submeter novamente ao "sofrimento" no ano seguinte.

Para amenizar o problema e incentivar o diagnóstico precoce, Belfer aposta em profissionais treinados para esse tipo de abordagem. "Um relacionamento bem conduzido, entre a técnica que vai realizar o exame e a paciente, é de fundamental importância. A técnica deve explicar a razão de cada gesto durante o procedimento. Isso tranqüiliza a paciente, levando a uma mamografia adequada e suportável. Mesmo com uma rotina bastante intensa, é necessário dedicar esse tempo para explicar o procedimento antes e durante o exame."

O estudo americano apontou um número maior de mulheres que procuram seguir rotinas anuais de diagnóstico em pacientes com idade entre 55 e 65 anos e histórico de câncer na família.

Fontes: Dr. Aron Belfer, radiologista e diretor da URP Diagnósticos Médicos
http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/abstract/109609594/ABSTRACT

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