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Pesquisa da PUC-SP

Pesquisa da PUC-SP


Há dez anos, a química Eliana Aparecida de Rezende Duek iniciou uma pesquisa inédita no Brasil: a fabricação de polímeros bioreabsorvíveis temporários. O objetivo do estudo era viabilizar dispositivos que permitissem substituir o uso de metais em cirurgias de fixação de fraturas ou de ligamentos, substituição óssea e reparo de cartilagem e que se desintegrassem dentro do próprio organismo quando já tivessem desempenhado seu papel - evitando-se a cirurgia de retirada. Atualmente, o produto é adquirido através de importações e chega a custar cerca de US$ 4 mil o quilo. Como a pesquisadora já conseguiu sintetizar o produto no laboratório da PUC-SP, uma empresa instalada no Brasil manifestou interesse em produzir o material. Quando isso acontecer, o preço final deverá ser seis vezes menor que o atual.

As placas de fixação são muito utilizadas em situações onde há fraturas múltiplas na caixa craniana ou na região buco-maxilar - comuns em vítimas de acidentes automobilísticos. Em situações como essas, os polímeros bioreabsorvíveis temporários já são bastante utilizados. Mesmo pagando as taxas atuais de importação, sua utilização é vantajosa. Segundo a pesquisadora, além de evitar uma segunda cirurgia (para a retirada), os polímeros não liberam íons nem desencadeiam reações de oxi-redução, como ocorre com as placas metálicas. Contudo, esse tipo de dispositivo não substitui totalmente os metálicos, ainda necessários em situações onde é exigida grande resistência a esforços.

A pesquisa sobre polímeros bioreabsorvíveis temporários vem sendo realizada através da PUC-SP em parceria com o Instituto de Biologia e da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e já recebeu financiamento da FAPESP e do CNPq. De acordo com Eliana Duek, a multidisciplinariedade que envolve os estudos foi fundamental para atingir o estágio alcançado.

O trabalho da pesquisadora Eliana movimenta os alunos das duas universidades. Quando um médico, por exemplo, propõe o desenvolvimento de uma peça que se degrade em determinado tempo, os estudantes dos cursos de Química e Engenharia Mecânica da Unicamp entram em campo para desenvolver e caracterizar o produto. Uma vez concluído, o dispositivo é enviado ao campus da PUC, em Sorocaba, para ser implantado em cobaias (normalmente ratos ou coelhos) pelos alunos dos cursos de Medicina e Biologia. Finalmente, após ter transcorrido o tempo necessário, o dispositivo é extraído e avaliada pelos estudantes de Biologia (também da PUC-SP). Os resultados dessas experiências têm sido positivos, inclusive na substituição de meniscos lesionados.

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