Doença de Alzheimer (DA) e a genética
25/10/2009
Vários estudos demonstraram que a doença de Alzheimer (DA) é uma doença idade-dependente e que o risco aumenta em familiares demonstrando que a genética está fortemente relacionada.
Aproximadamente 40% dos pacientes possuem no seu histórico um antecedente familiar, especialmente em famílias longevas.
Estudos realizados com gêmeos não demonstraram resultados redundantes, indicando a possível influência de fatores ambientais.
Entretanto a definição da contribuição genética é difícil de ser determinada com clareza em função das dificuldades técnicas desse tipo de investigação além do fato de não haver um instrumento diagnóstico preciso “antemortem”.
A hereditariedade está muito mais marcada na chamada DA familiar (15 a 20%), cujo início é precoce, entre - antes dos 65 anos de idade - do que na DA esporádica ( 80 a 85%) caracterizada por seu aparecimento em idades mais avançadas.
A forma familiar, muito mais rara, está relacionada com herança autossômica dominante com penetrância idade-dependente.
Já na forma esporádica há um padrão de alta freqüência, baixa penetrância, distúrbio relacionado com um único gene ou um modelo multifatorial com múltiplos genes e/ou fatores não-genéticos.
O componente genético parece variar de família para família, algumas fortemente relacionadas e outras sem grande relevância.
Já estão identificados pelo menos 4 genes que parecem conferir o risco hereditário para a doença de Alzheimer.
Uma alteração no cromossomo 19, apolipoproteína E (apo E), tanto na DA familiar como na esporádica é um fator de risco para DA. Todo ser humano possui a apo E que está envolvida no transporte do colesterol .
O gene para a apo E, mapeado no cromossomo 19 (19q13.2), tem três alelos principais 2, 3 e 4, que codificam as isoformas de apo E designadas por apo E2, E3 e E4, distintas entre si pelo conteúdo de cisteína e arginina nas posições dos códons 112 e 158 do éxon 4.
Em populações caucasóides a apo E3, identificada por uma cisteína na posição 112 e uma arginina em 158, tem freqüência de 74% a 78%; a apo E4, com arginina em ambas as posições, tem prevalência de 14% a 15 % e a apo E2, a menos freqüente (8% a 12%), apresenta cisteína nas duas posições.
A apo E2 parece ser um fator de proteção enquanto que a forma E4 é fator de risco. No entanto muitas pessoas com a forma E4 nunca desenvolverão a DA e pelo menos 40% dos pacientes com DA esporádica não apresentam a forma E4 assim como indivíduos que possuem a forma E2 não são imunes à doença.
O teste que identifica esses marcadores não é indicado pois, não havendo prevenção comprovada, só iria causar apreensão e angústia.
A apo E vem sendo associada à doença de Alzheimer desde 1993 (Strittmatter).
Mutações no gene precursor da proteína beta-amilóide, beta-PPA., no cromossomo 21, relacionam-se intimamente com a formação das placas neuríticas presentes na DA.
Após sua fragmentação, esse precursor gera 3 proteínas de diferentes expressões com cadeias de 695,751 e 770 aminoácidos.
Fonte autorizada:http://www.alzheimermed.com.br/
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