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Primeira visão

Primeira visão 07/06/2010

Ler por horas a fio aquele romance enriquecedor. Trabalhar no computador o dia todo e mais algumas horas à noite. Acompanhar o desfecho do filme na tela do cinema.

Tudo isso é feito sob duas óticas: a de quem enxerga muito bem e a daqueles que sofrem de algum problema de visão, que representam 10% da população brasileira.

Segundo o Ministério da Saúde, 30% das crianças em idade escolar e 100% dos adultos com mais de 40 anos apresentam algum problema de visão. Diante desses dados, a consulta periódica ao oftalmologista - e logo no início da vida - é o melhor caminho para a saúde da visão.

O teste do reflexo vermelho, popularmente conhecido como ‘teste do olhinho’, é obrigatório e deve ser feito na maternidade. O exame é rápido, simples e indolor. Realizado com um aparelho chamado oftalmoscópio, verifica um reflexo vermelho nas pupilas do bebê, o que demonstra visão saudável. Assim, é possível detectar catarata congênita e tumores intraoculares, entre outros problemas”, explica o dr. Adriano Biondi, coordenador de oftalmologia do Instituto Israelita de Responsabilidade Social (IIRS), da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein.

Segundo o Ministério da Saúde, 30% das crianças em idade escolar e 100% dos adultos com mais de 40 anos apresentam algum problema de visão.

Depois do teste do olhinho nos bebês que não apresentaram nenhuma alteração, a próxima consulta deve ser por volta dos 3 anos. “Antes disso, caso não haja problemas, é desnecessário ir ao oftalmologista, pois os olhos ainda estão em formação. Toda criança enxerga embaçado porque tem hipermetropia, que é uma questão fisiológica nessa fase da vida. Com o crescimento e o desenvolvimento neurológico, isso tende a desaparecer”, afirma o dr. Biondi. Entretanto, há alguns sinais e sintomas que podem indicar aos pais a necessidade de uma visita da criança ao oftalmologista nesses primeiros anos de vida; entre os sintomas estão olhos lacrimejantes, globo ocular aumentado, ardência ou coceira, córneas opacas, piscar frequente, franzir a testa para enxergar algo e ter pupilas com coloração cinzenta ou esbranquiçada.

Visão em dia

Conheça os principais problemas de visão entre os pequenos e saiba como tratá-los.

Ambliopia – Vista preguiçosa

Traz prejuízo para o desenvolvimento da visão. Embora os olhos sejam anatomicamente normais, um deles não se desenvolve de forma adequada e faz com que o outro faça um esforço maior para enxergar. Por isso é chamado de olho preguiçoso. As causas mais comuns são o estrabismo e os erros de refração, como a miopia e a hipermetropia, que prejudicam a chegada da imagem de forma nítida ao cérebro. É comum ter diferenças grandes de grau entre um olho e outro.

Diagnóstico: como não é um problema facilmente percebido pelos pais ou por pediatras, a melhor alternativa é a consulta com um oftalmologista.

Tratamento: o tampão para os olhos, aliado aos óculos, estimula o olho que enxerga menos a se desenvolver.

Glaucoma

É o aumento da pressão ocular, o que afeta o nervo óptico – estrutura que envia a imagem do olho para o cérebro. Embora seja menos frequente em crianças, pode acontecer. A forma mais comum entre os pequenos é o glaucoma congênito.

Diagnóstico: quando a pessoa sente que o campo visual diminui, o glaucoma já está em estágio avançado. Em geral é uma doença assintomática. Quanto mais cedo for diagnosticado, melhores as chances de tratamento. As crianças dificilmente reclamarão disso; portanto, consultas oftalmológicas periódicas são fundamentais.

Tratamento: em crianças e jovens, é feito com colírios e óculos para ajudar a diminuir a pressão ocular. Em adultos, a cirurgia é a melhor alternativa. Como o glaucoma pode ser hereditário, aconselha-se às famílias que tenham casos da doença que os pequenos façam consultas periódicas com um oftalmologista.

O dr. Biondi alerta para o uso indiscriminado de colírios que contenham corticoide, pois podem causar glaucoma quando utilizados sem prescrição médica ou por tempo prolongado.

Catarata

O cristalino – lente natural que foca os raios luminosos sobre a retina para formar as imagens – vai ficando opaco, e com o avançar da doença a impressão é que há uma camada de coloração leitosa recobrindo os olhos. Isso ocasiona a diminuição da capacidade visual. Mais comum a partir dos 65 anos, pode se manifestar nas crianças, menos comumente. Assim como no glaucoma, os colírios com corticoides também podem causar catarata.

Diagnóstico: como o cristalino fica esbranquiçado, pode ser percebido pelos próprios pais.

Tratamento: o cristalino doente é removido por meio de cirurgia que se utilizada de tecnologia de freqüência ultrassônica, que dissolve a catarata. Depois da cirurgia a visão é totalmente recuperada.

Retinopatia da prematuridade

É uma alteração no crescimento e no desenvolvimento dos vasos sanguíneos da retina. Pode causar perda total ou parcial da visão. Quanto mais cedo e com menos peso nascer o bebê, maior a chance de ter o problema.

Diagnóstico: é feito por oftalmologista por meio de exame que dilata a pupila do bebê e demonstra eventuais anormalidades. É realizado entre a quarta e a sexta semana depois do nascimento.

Tratamento: feito com raio laser para cauterizar os vasos sanguíneos doentes, impede o progresso da doença. Nos casos mais avançados, em geral a indicação é de cirurgia. O acompanhamento oftalmológico deve ser periódico, pois novas aplicações de laser podem ser necessárias.

Erros de refração

São muito comuns em crianças e adultos. A miopia e a hipermetropia não permitem que as imagens se formem direito nos olhos. São causadas por alterações na forma dos olhos, que podem ser mais longos ou mais curtos, por exemplo. Na miopia, a dificuldade está em enxergar bem de longe, enquanto na hipermetropia enxerga-se bem de longe e mal de perto. Isso pode acontecer em apenas um dos olhos ou nos dois, com graus diferentes.

Diagnóstico: pelo comportamento da criança, os pais podem perceber alguma alteração visual. Por exemplo, se o pequeno fica muito perto da TV ou do papel para desenhar. A fase mais comum para o diagnóstico desses problemas é a da idade escolar.

Tratamento: óculos para correção do grau.

Astigmatismo

Alterações no formato da córnea geram assimetria no grau dos olhos, muito frequente entre as crianças. As imagens ficam embaçadas, distorcidas.

Diagnóstico: também percebido pelo comportamento. As crianças trazem para perto de si ou levam para longe algum objeto que querem enxergar melhor.

Tratamento: na infância, a melhor opção são os óculos para corrigir o grau. Os adolescentes podem usar também as lentes de contato. A cirurgia é indicada apenas depois dos 20 anos.

Estrabismo

Os olhos ficam desalinhados. Os desvios podem ser convergentes, quando os olhos se desviam para dentro; divergentes, ao se desviar para fora; e verticais, quando um olho fica mais baixo ou mais alto que o outro. Acontece geralmente porque um olho enxerga mais que o outro, devido a deficiências neurológicas ou musculares.

Diagnóstico: os próprios pais costumam perceber o desalinhamento dos olhos.

Tratamento: óculos na maioria dos casos. A cirurgia só é indicada quando o tratamento clínico – com óculos e a oclusão dos olhos – não resolve o estrabismo.

Retinoblastoma

Câncer que acomete a retina e manifesta-se mais comumente em crianças menores de cinco anos. Pode ser de dois tipos:

hereditário que geralmente é bilateral não-hereditário, que afeta apenas um olho.

Pode atingir o nervo óptico e o sistema nervoso central, o que torna esse tumor bastante agressivo. Quanto antes for diagnosticado, maiores são as chances de cura. A pupila fica esbranquiçada, o que pode ser percebido em uma foto feita com flash, por exemplo.

Diagnóstico: é feito por meio de exame da pupila e do nervo óptico, além de tomografia computadorizada, ultrassonografiae ressonância magnética. O histórico de retinoblastoma na família é um fator de risco, portanto o pediatra precisa saber se há casos entre os avós, pais ou irmãos. Se constatado o tumor em apenas um olho, é preciso fazer exames a cada quatro meses por, pelo menos, dois anos. Com o tratamento encerrado, o acompanhamento deve ser feito até os sete anos.

Tratamento: depende do estágio do câncer. Em tumores pequenos o tratamento é feito a laser; nos médios, com quimioterapia e nos casos avançados às vezes é necessária a enucleação – retirada do globo ocular, com a possível implantação de uma prótese, que embora não preserve a visão, garante a estética.

Fonte autorizada: http://www.einstein.br/espaco-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/primeira-visao.aspx

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