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Encerramento da 10ª edição do CMB Fashion

Encerramento da 10ª edição do CMB Fashion

21/11/2009

Efeito Geisy

Pernas de fora, brilho e moda acessível a todos os tipos físicos marcaram o encerramento da 10ª edição do CMB Fashion

Renato Queiroz

Não importa se o corpo é magrinho ou tamanho GG, a ordem da estação é apostar nas pernocas de fora, nos vestidos de festa com muito brilho e na mistura divertida de materiais para o dia a dia. Pelo menos foi o que a 10ª edição da CMB Fashion mostrou na sua noite de encerramento na quinta-feira. Os atores Theo Becker e Luana Piovani e o cantor Paulo Ricardo foram as presenças de luxo do evento de moda que apresentou as tendências das coleções primavera-verão de 40 marcas goianas.

Na passarela, os estilistas mostraram que o comprimento das peças está um pouco mais ousado. Talvez por efeito colateral da polêmica envolvendo o vestido rosa-choque de Geisy Arruda, a estudante da Uniban. Sim, as peças estão mais curtas, mas nada que comprometa a elegância, inclusive das mulheres mais cheinhas. Uma das grifes mais aplaudidas da noite foi a que apostou na moda maior com bordados manuais em linhas e miçangas que podem ser alternados com toques delicados de paetês.

Os jeans também marcaram presença com uma lavanderia lixada com resina em tons acinzentados ou delavê, aquele jeans com o tom azul clarinho, com cara de que foi lavado várias vezes. O esquema das calças é ter ar desgastado, por isso que rasgos e desfiados vão super bem. Quanto à modelagem, a skinny continua sendo a vedete da mulherada que adora uma calça mais apertada.

Para as noites de festa de fim de ano, as grifes da CMB Fashion apostam na tradição dos tecidos nobres como cetim de seda, o tafetá e a renda que inspiram modelos elaborados com silhuetas bem marcadas. A sobreposição de saias, babados e laços dá o toque refinado às roupas tantos nos vestidos curtos predominantes quanto nos longos que deixaram a ousadia apenas para os decotes. As estampas excessivamente alegres de algumas peças foi a única derrapada da noite que teve um momento de homenagem ao ícone da moda Coco Chanel. O público estimado foi de 1,2 mil pessoas de várias partes do País. Desde a sua primeira edição, em 2001, a CMB Fashion cresceu e se consolidou no calendário dos eventos de moda do Centro-Oeste.

Cofrinho
O momento saia justa da noite foi a calça de cintura baixa que traiu a atriz e modelo Luana Piovani, a simpatia em pessoa desde sua entrada no backstage do evento até a saída no carro acompanhada de uma latinha de cerveja. Ao abaixar para beijar uma criança que a aplaudia na plateia, a atriz deixou à mostra parte de sua calcinha bem na frente do senador Marconi Perillo (PSDB) e do vice-governador de Goiás Ademir Menezes (PR), ambos na primeira fila do desfile. Bem-humorada, Luana colocou as mãos para tentar esconder a peça. A atriz dividiu os flashes com o ator Théo Becker e o cantor Paulo Ricardo, que encerrou a noite com um pocket show rebobinando sucessos da carreira solo e da banda RPM.

Foto: Crisitiano Borges - Luana Piovani: simpatia, mesmo em momento de saia justa

Moda inclusiva

A inclusão de modelos com deficiência no mundo da moda e uma maior opção de roupas que atendam às necessidades especiais. Com essa meta, a fotógrafa e publicitária Kika de Castro, de São Paulo, viaja pelo Brasil e pelo exterior em prol da causa. Em Goiânia durante este final de semana, Kika ministrará a palestra Trabalhando com Modelos com Deficiência, dentro da programação do Seminário Empregabilidade e as Pessoas com Deficiência, na 3ª Feira Nacional de Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade hoje, às 15 horas, no Centro de Convenções. Às 19 horas será realizado um desfile com oito modelos portadores de deficiência e roupas adaptadas.

A agência de Kika tem a missão de lançar os modelos portadores de deficiência no mercado publicitário com o conceito de que beleza e deficiência física não são expressões contraditórias.

Kika se orgulha de ter conseguido incluir, no primeiro semestre deste ano, dois modelos de sua agência no evento paulistano Casa de Criadores. Mas ainda lamenta que essa ainda seja uma exceção. “Em todo o mundo essa realidade ainda é algo muito distante. Na Alemanha, França e Inglaterra existem apenas reality show, o que não é o nosso objetivo”, diz. A fotógrafa explica que no seu dia a dia, pessoas em cadeiras de rodas ou que usam muletas, por exemplo, também enfrentam dificuldade para encontrar uma moda inclusiva.

A consultora reforça que seu trabalho não se limita ao alerta para a necessidade de uma abertura de oportunidades para deficientes aspirantes a trabalhos no campo da moda. “Os portadores de deficiência também querem encontrar roupas bonitas, com tendência de moda, mas que também sejam adequadas às necessidades e limitações de cada um”, diz. Ela exemplifica que grandes problemas são vivenciados, por exemplo, em momentos como a ida ao banheiro ou a guarda de pertences. As principais reclamações são de calças excessivamente apertadas, com cós muito alto ou muito baixo. O problema pode ser amenizado por peças com velcro, casas de botões maiores, aberturas laterais e outros recursos que facilitem o uso.

Em vez de procurar atuação em um determinado nicho de mercado, Kika Castro conta que sua atividade profissional nasceu do contato direto com portadores de deficiência física. “Eu trabalhava num centro de reabilitação em São Paulo em 2002, quando comecei a conviver com deficientes. Quatro anos depois comecei a realizar um trabalho de fototerapia para resgate e aumento da autoestima”, conta.

Palestra: Trabalhando com Modelos com Deficiência
Desfile de Moda Inclusiva: Hoje, às 19h30
Local: Centro de Convenções de Goiânia
Endereço: Rua 4, nº 1.400, Quadra 73, Centro Informações: 3217-1146
Entrada franca

 

O Popular - Renato Queiroz

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