Retorno triunfal

Linho é uma das apostas da indústria têxtil para roupa de cama e na decoração. 12ª Texfair Home mostrou, também, tecidos ecológicos que remetem à cultura brasileira

O linho, que tanto fez sucesso em peças do vestuário - na década de 1980, por exemplo -, volta à moda e surge também na roupa de cama e em tecidos para decoração. Esta é uma das tendências exibidas durante a 12ª Texfair Home - Feira Internacional de Produtos Têxteis para o Lar, que terminou dia 25, em Blumenau (SC).

A Tecelagem Panamericana, de Santa Bárbara d'Oeste (SP), mostrou a versatilidade do linho, combinado com fibras sintéticas como poliéster e viscose, usado no estande da empresa para vestir um ambiente de quarto. O tecido, liso e em tons neutros, pôde ser visto na colcha, no assento da cadeira, na cabeceira da cama e na cortina. Na parede lateral, a rusticidade e a beleza da fibra aparecem em uma versão clássica, listrada, e é autocolante, uma novidade da marca.

Em cortinas, sofás e até decorando a base de vidro da pia de um lavabo, o linho também marcou presença no estande da Corttex, empresa de Americana (SP). O tecido aparece em estampas florais e ao lado de outras cores em moda para o lar, como rosê, azul e aqua, que circula entre o verde e o azul.

Tons de jeans, que chegaram com tudo na moda de vestir, são outra tendência que aparece no banho e no quarto. A Santista evidencia o índigo em uma linha para cama, 100% algodão, que vai do delavê ao black, coordenando peças de apenas uma cor e estampadas de listras, xadrez e patchwork.

O índigo blue e efeitos de textura do jeans chegam vestindo a cama na coleção Vida & Cor, 100% algodão, da Altenburg. A linha valoriza um conceito encontrado também em outras marcas expositoras: a brasilidade. O tecido de que são feitos lençóis, fronhas e edredons evidenciam esse conceito pela estampa que lembra renda de bilro, em composição com tons de azul e branco. Seguindo essa mesma tendência, a Copa & Cia. apresentou a linha Chantelle, formada por toalhas de mesa e jogos americanos em 100% algodão.
Brasilidade e vintage

A Altenburg traduziu a atual tendência vintage da moda em uma das estampas que melhor expressam esse conceito: o poá. Ele surge em uma variação de tons do lilás, que se revela em diversos estandes da feira, já firmado como cor clássica.
O estilo vintage também está na coleção semiartesanal de Laura Masri, que chega acompanhada de laços, estampas miúdas e rendas de algodão, lembrando peças do tempo da vovó. A marca destaca o charme do cinza com detalhes na cor bois-de-rose, além do patchwork com fitas e lacinhos, bem ao estilo hand made, e tecidos de puro algodão egípcio com detalhes em anarruga.

Entre os lançamentos da Döhler, que aposta em tecidos rústicos e naturais, destacam-se as estampas que remetem à brasilidade e aos anos 1950 e 1960. A marca trouxe um tecido para decoração, criado a partir de uma leitura da popular chita e inspirado em bonecas de cerâmica artesanais das regiões Norte e Nordeste. Estampa de bolinhas, além de tiras bordadas e bordados que parecem feitos à mão, aparecem em peças da Marken Fassi, que também se inspirou na cultura brasileira.

Tecnologia agregada

A preocupação com o meio ambiente está em produtos de algumas marcas, como a nova coleção Malha Eco, da Altenburg, composta de travesseiro, porta-travesseiros, lençóis, colchas e edredons. As peças são feitas com 50% de algodão e 50% de fios de garrafa pet.
Já a Karsten lançou a linha Bio Bath, formada por toalhas de fio reciclado, feito a partir de fibras descartadas. As peças são confeccionadas por meio de um processo que utiliza produtos biodegradáveis e levam amaciante à base de cupuaçu na fabricação.

Outra marca que lançou itens produzidos com fios de reaproveitamento foi a Atlântica, enquanto a Mannes apostou em tecidos especiais para fabricar fronhas de fibra de bambu, coco e banana.

A Lepper, cuja linha de produtos é 50% licenciada, lançou itens de cama e banho infantis, com personagens de filmes e desenhos animados, como Rio - O Filme e My Little Pony. A marca apresentou toalhas que aumentam de tamanho quando molhadas em água pela primeira vez, além de edredons que mudam de cor com o calor do corpo da criança e que brilham no escuro. A Döhler lançou aventais com uma tecnologia aplicada que, ao sujar, evita a absorção de manchas.

Para decorar

Tons de lilás e estampas florais se confirmam em almofadas, tecidos para cortina e para estofar móveis, inclusive em camurça. A Madritex Casa levou para a feira almofadas em chamois e com tachinhas aplicadas, outra tendência que sai do guarda-roupa para vestir a casa.

Nas paredes, cortinas transparentes da Branyl Indústria têxtil, formadas por quatro partes, mostraram um mix entre liso e listrado de cores neutras. A ideia é permitir a entrada de luz natural, sem que o morador perca a privacidade. A transparência do voil pôde ser vista em combinação com fios nobres trabalhados, como chenile e fio fantasia, e forro de cetim, que podem ser lavados em casa, à mão ou à máquina.

Para revestir móveis, o estilo tapeçaria não perde a vez, como mostrou a Branyl. Jacard, chenile e camurça com estampas florais, além de listrados e gofrados estão entre opções de material preferidas, segundo a modelista da marca, Solange Trevisan.

Para compor salas e quartos, a Atlantik Tapetes lançou uma linha com fio alto (45 mm de altura) e cores neutras, em 100% poliéster, e com fio baixo e cores fortes, como o vermelho, formando desenhos modernos e em polipropileno.

Publicado em O Popular por Nara De los Angeles