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Garras afiadas, aí vou eu - Mayara Paz

Garras afiadas, aí vou eu -  Mayara Paz

05/01/2011

 
Por que tenho que pensar no ano que passou? Por que? Por que???

Não quero! Não quero lembrar que meu extrato anda no balancê, balance enquanto as roupas que comprei no início do ano não me servem mais.
 
Não quero! Não quero rememorar os fracassos amorosos com os falecidos que me fizeram engordar mais ainda comendo chocolate
 
Não quero! Não quero mais um dia sequer de academia voltando para casa andando igual macaco pelas dores nas coxas.
 
Não quero! Não quero ser chamada de tia por todas as criaturas desconhecidas que se aproximam pedindo um trocado (e juro que um deles tinha lá seus 40 anos).
 
Não quero! Não quero mais pensar no príncipe que se chama sapo e que me trocou por uma mulher de 20.
 
Não quero! Não quero ver meu moletom que já anda só dentro de casa, meu melhor amigo, mas que me deixou em maus apuros.
 
Não quero! Não quero saber que mais um ano se foi e com ele cheguei aos 30 anos. Quantas velas num só bolo!

Não quero ter que pensar em nada de ruim que passou.
 
Mas quero pensar no que vem, nos amores possíveis, nas gargalhadas, nas viagens, nos meus novos inimigos bombons, varizes e moletom.
 
E quero, sobretudo, pensar que o ano é todinho meu, só meu e que ninguém tasca.

Garras afiadas, aí vou eu.

Mayara Paz é jornalista - maypaz@gmail.com

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