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Mergulho na natureza

Viagem de trem pela Ferrovia Curitiba- Paranaguá, com retorno pela Estrada da Graciosa, na Serra do Mar, revela encantos de uma paisagem exuberante Visitar Curitiba é sempre muito prazeroso. Além da beleza natural, dos parques aprazíveis e da variedade gastronômica, a cidade tem lugares para passeios a bordo da sua jardineira por pontos turísticos.

Outro passeio imperdível é a viagem de trem pela Ferrovia Curitiba- Paranaguá. Considerada um dos símbolos da engenharia nacional, pela beleza de seu traçado e os desafios da sua construção, a ferrovia passa dentro da Floresta Atlântica, uma área preservada com uma paisagem exuberante. A viagem de Curitiba chega a Morretes.

Como o nome indica, Morretes é circundada de morros. Pacata, a cidade de 21 mil habitantes ferve nos fins de semana e feriados. Situada às margens do caudaloso Rio Ipiranga, que serpenteia toda a estrada de ferro, Morretes tem ótimos restaurantes, como o Madalozo, nos quais o turista pode saborear o prato típico do Paraná: o barreado, preparado de carne, toucinho e temperos típicos. Símbolo da fartura, o prato é servido com pirão de farinha de mandioca, arroz e banana. O nome barreado surgiu porque a panela do cozimento era barreada com um pirão de cinza para evitar que o vapor escapasse e assim a carne cozinhasse mais depressa. Os pratos à base de peixe são sempre acompanhados de banana.

Depois de passear por Morretes, o turista pode seguir de van até Antonina, que fica a 14 km de distância, às margens de uma baía. Antonina é conhecida como "a cidade das serenatas". Nas casas onde há placas com nomes da música favorita do morador (Maringá, Lua Branca, Deusa da Minha Rua, Pela Luz dos Olhos Teus, Fascinação), os seresteiros param para cantar nas noites de serestas, no último sábado do mês. Fundada em 1721, a cidade mantém prédios históricos. Muitos foram descaracterizados, como a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, de 1715, de onde pode-se avistar o Porto de Paranaguá do outro lado da baía. Visitada por d.Pedro II, durante o Brasil Império, Antonina é uma cidade ideal para quem gosta de pescar, fazer trilha na mata e passeios ecológicos.

Há muitas pousadas, hotéis e restaurantes típicos. Ddali pode-se seguir viagem até Paranaguá e a Ilha do Mel, pontos turísticos concorridos. Nas nuvens Construída em cinco anos, a ferrovia passa por lugares incríveis. Há momentos em que se imagina estar passando em cima da floresta, outras dentro das nuvens. Não dá para ficar sentado dentro do vagão, é preciso mudar de lugar para apreciar a paisagem exuberante, coberta de mata virgem, cachoeiras, rios, vegetação tropical. Inaugurada em 1885, a ferrovia tem 110,46 km de extensão, ligando Curitiba ao Porto de Paranaguá, o sexto maior do mundo. A estrada imperial tem 71 pontes e viadutos e 13 túneis. Sua construção custou milhares de vida. O guia do vagão frisa que os irmãos Rebouças, dois engenheiros baianos, mulatos, que tiveram a oportunidade de estudar na Inglaterra, impuseram a condição de que a mão-de-obra escrava não fosse utilizada na construção. "Aqui nenhum negro trabalhou como escravo", diz.

Imigrantes de vários países foram contratados como operários. Os que sobreviveram às intempéries, doenças e dificuldades acabaram ficando em Morretes, Antonina, Paranaguá, Curitiba. Segundo o guia, 9 mil homens trabalharam na construção, 5 mil deles morreram. Ponto de partida O ponto de partida do passeio é a Estação Ferroviária de Curitiba, onde a empresa Serra Verde Express administra os passeios de trem, oferecendo serviço de bordo e guia poliglota. O trem sai todos os dias às 8h15 da manhã. Por volta das 11h30, chega a Morretes, final da viagem para o turista que, se quiser, pode voltar de trem ou de van pela Estrada da Graciosa. Nos primeiros 20km da viagem, o trem atravessa a região metropolitana de Curitiba, os municípios de Pinhais e Piraquara e o túnel Roça Nova, o primeiro dos outros 12 pelos quais vai passar. Depois, segue em direção à Casa Ipiranga, que serviu de hospedaria a figuras ilustres como o imperador Pedro II e os presidentes da Província do Paraná.

O Pico do Diabo tira o fôlego do turista. O trem passa por um enorme rochedo com uma fenda entre duas escarpas, dando a sensação de que vai desabar pelo despenhadeiro. Praticamente original, a via férrea vai transpondo obstáculos da Serra do Mar, passando aos pés do Maciço Marumbi, onde fica a sede do parque de mesmo nome. O pico mais alto da Serra do Marumbi tem 1.539 m de altitude e cachoeiras perenes, como a Véu de Noiva. Na estação Marumbi, há alojamentos e um museu sobre a história da construção da estrada. A volta para Curitiba pode ser feita de duas maneiras: trem, pelo mesmo trajeto da ida, ou pela Rodovia PR-410, mais conhecida como Estrada da Graciosa, que corta a Serra do Mar. Antiga rota de tropeiros, a estrada de cerca de 30 km serpenteia pela serra dando acesso a Antonina e Morretes. Área de preservação da Mata Atlântica, ela mantém o encanto e a vegetação. Rios, cachoeiras e nascentes são um espetáculo. Ao longo de toda a rodovia, há sete recantos, com churrasqueiras, sanitários, mirantes, lanchonetes, restaurantes. Chalés, sítios, chácaras, hotéis fazendas movimentam o turismo local.

> SERVIÇO - Diversas agências de turismo em Curitiba oferecem os passeios para a Serra do Mar diariamente. Um guia acompanha o visitante até o embarque na Estação Rodoferroviária (Av. Pe. Afonso Camargo, nº 330, Centro. Telefone: 41 - 3323-4007). O trem sai pontualmente às 8h15. Depois, ele segue de van até Morretes, onde o turista faz o passeio até Antonina. O almoço é em um dos restaurantes típicos, normalmente localizado às margens do Rio Ipiranga. O pacote sai por R$ 185, na Osatur Agência de Viagens e Turismo (Rua Araguaia, nº 786. Telefones: 41 - 3015-0176/ 3015-1049/9972-1049). Esta é a melhor opção, pois no preço estão incluídas as passagens, os passeios e o almoço no Restaurante Madalazo.  A tarifa para o passeio independente na classe econômica sai por R$ 28 (ida) e R$ 22 (volta). Na classe turística, o adulto paga R$ 50 (ida) e R$ 34 (volta). Criança paga R$ 36 (ida) e R$ 27 (volta). Na classe executiva, o bilhete para adulto custa R$ 78 (ida) e R$ 47 (volta). Criança paga R$ 41 (ida) e R$ 32 (volta). Mais informações nos sites: www.serraverdeexpress.com.br e www.bwtoperadora.com.br
Fonte: O Popular - Valbene Bezerra De Curitiba Fotos: Serra Verde Express

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