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A cidade dos recifenses

A cidade dos recifenses  

Visitar pontos turísticos convencionais não agrada a todos, há quem prefira conhecer a cidade como ela é. Recife tem roteiros que satisfazem os dois públicos

A capital de Pernambuco tem muito mais atrativos a oferecer do que praias, ilhas e seus famosos rios e pontes, que a fazem ser considerada a Veneza brasileira. Para provar que isso é verdade, a administração do município e o Trade Turístico do Estado investiram em um novo roteiro para atrair e cativar visitantes de outras cidades e países, mas também a própria população.

São bares, mercados públicos e espaços culturais que dão aos turistas opções suficientes para permanecer vários dias na cidade sem repetir passeios e sem a necessidade de buscar alguns dos famosos destinos localizados em cidades e praias vizinhas, como a histórica Olinda e Porto de Galinhas, localizada no município de Ipojuca, onde o destaque são as piscinas naturais.

 

O roteiro, denominando Recife Te Quer, foi concebido para dar opções diversas aos visitantes durante pelo menos sete dias e inclui uma proposta que agrada sobretudo às pessoas que querem conhecer a cidade mais intimamente, ou seja, o Recife em que os recifenses vivem.

O diferencial é o projeto denominando Turismo na Comunidade, concebido para valorizar os locais freqüentados pela população, como a sede do Maracatu Estrela Brilhante (Alto José do Pinho), o forró do Arlindo dos Oito Baixos (Bairro de Dois Unidos), o Espaço Cultural da Moeda (Bairro da Iputinga), a Casa de Banhos (Brasília Teimosa) e o bar de Dona Geralda (Morro da Conceição).

Conhecer esse Recife significa visitar locais já consagrados pela população.

Como as opções são muitas e espalhadas pela cidade, a implantação do projeto foi precedida por um trabalho de requalificação dos espaços públicos com potencial turístico e treinamento de todos os agentes envolvidos na cadeia do turismo, desde motoristas de táxis e guias de turismo até os funcionários dos hotéis, formando assim uma rede de informações boca a boca que se complementa com um portal de informações turísticas, o Concierge (www.conciergerecife.com.br).

Sarapatel no subúrbio Sem esse trabalho, dificilmente seria possível para quem chega a Recife conhecer esse "outro lado" da cidade.

O Restaurante da Mira, no subúrbio, e o Mercado da Encruzilhada, no bairro que leva o mesmo nome, são dois bons exemplos. Localizados em pontos distantes em relação ao Bairro da Boa Viagem - tomado como referência pela concentração de hotéis -, não são facilmente encontrados sem informações precisas.

Em ambos os casos, percorrer cerca de 20 quilômetros Recife adentro vale a pena para quem não abre mão de experimentar comidas típicas. Cabrito assado, galinha à cabidela, chambaril, sarapatel, língua de boi e buchada de bode são as estrelas do cardápio do bar de Aldemira Pereira de Lima, mais conhecida como Dona Mira, a grande dama da cozinha pernambucana.

O capricho no preparo dos pratos, a simplicidade da casa e a receptividade e bom humor de Dona Mira e de seu filho Edmilson Pereira Lima agradam a todos. Para acompanhar a cerveja "glacial", conforme o dialeto do simpático Edmilson, caldinho de feijão conservado bem quente em garrafa térmica e servido em xícaras, como se fosse um cafezinho.

É assim que se prepara o estômago para o farto almoço, um festival de comidas típicas que costuma se arrastar pela tarde adentro.

 

Mercado da Encruzilhada: comida típica é o atrativo Animação nos mercados Os recifenses tradicionalmente se alimentam em mercados públicos, tanto que há 28 deles espalhados pela cidade. Esses centros comerciais concentram uma diversidade de serviços. Nesses shoppings à moda pernambucana coabitam barbearias, lojas de CDs, frutarias, açougues, peixarias, sapatarias e muitos bares e restaurantes.

Aos sábados, alternadamente, são realizados shows musicais de samba regional em quatro dos principais mercados da cidade: São José, Boa Vista, Madalena e da Encruzilhada. Em junho, mês de São João, predomina o forró pé-de-serra. O ambiente descontraído e a grande quantidade de opções de comidas típicas atraem pessoas das mais diversas classes sociais.

A praça de alimentação do Mercado da Encruzilhada, por exemplo, fica lotada de visitantes no sábado, tanto que para ter a certeza de encontrar uma mesa vazia é bom chegar cedo, por volta do meio-dia. O cardápio é variado, com destaque para o arrumadinho de charque com feijão-verde, rabada e guisado de bode.

A dica do POPULAR é o Bar e Cachaçaria Minha Deusa, onde esses e outros pratos podem ser degustados ao som de samba ou forró, em meio a muita gente animada, bem disposta para dançar. Ozi Paiva, administrador do Mercado da Encruzilhada, explica que o centro comercial tem 214 boxes de comerciantes que, em grande parte, são herdeiros dos pontos abertos pelos pioneiros, há 57 anos, quando o mercado foi reinaugurado na rua Dr. José Maria. "Ele já existia muito antes, em outro local, mas nem sei dizer quando foi construído", diz o administrador.

Reservar uma tarde de sábado para conhecer um ou dois mercados populares do Recife é uma boa pedida, principalmente se o passeio for precedido de uma manhã de praia em Boa Viagem para abrir o apetite. Outros passeios Um dos pontos turísticos mais visitados do Recife é o Instituto Ricardo Brennand, castelo em estilo medieval com um imenso jardim. Tem como atrativos obras de arte de diferentes procedências e épocas, desde a Europa Medieval do século 15, passando pelo Brasil Colonial da invasão holandesa, no século 17, até o Brasil do século19.

A cidade oferece aos adeptos do mergulho o Parque de Naufrágios do Recife, considerado um dos mais completos destinos do segmento no País. Os passeios são realizados diariamente, mediante agendamento com operadoras qualificadas. E nas praias, tem tubarão? Tem, inclusive na Praia de Boa Viagem, mas apenas nas áreas não protegidas pelos recifes, formações que impedem o acesso dos predadores e dão aos banhistas a segurança para se refrescarem em piscinas naturais de águas mornas. Nesses locais, nunca houve registro de ataque, garantem as autoridades, moradores e donos de barracas de praia.

De dentro para fora É tradição do recifense "ensinar" às suas crianças que os Rios Capibaribe e Beberibe se encontram em Recife para, pouco à frente, formarem o Oceano Atlântico. Essa brincadeira revela um pouco da admiração nutrida pela população por esses rios que cortam a cidade. A bordo de um catamarã, é possível contemplar a cidade de dentro para fora, no ritmo lento da embarcação. De segunda à sexta, o passeio de barco é realizado das 16hs às 20hs, com embarque no Cais das Cinco Pontas, e, aos sábados e domingos, na parte da manhã, sendo necessária a reserva antecipada.

O passeio pelo Capibaribe permite conhecer uma boa parte do patrimônio histórico do Recife, como o prédio da Assembléia Legislativa, inaugurado em 1875. Outro marco visto a partir do rio é a Praça Barão do Rio Branco, conhecida como Marco Zero por indicar o quilômetro zero das rodovias de Pernambuco. Em frente, está o Parque das Esculturas, do artista plástico Francisco Brennand. Do barco, tem-se uma visão privilegiada das três ilhas que formam o centro da cidade e das seis pontes que as ligam. A Ponte 12 de Setembro, por exemplo, está situada no local onde existiu a Ponte Giratória, construída em 1923. Tem esse nome porque abria-se girando sobre o próprio eixo, para dar passagem às barcaças carregadas de açúcar.

> Pacotes turísticos Passagem aérea ida/volta (saindo de Goiânia com destino a Recife), traslado aeroporto/hotel/aeroporto, hospedagem, com café da manhã - Opção 1: Shelton Inn Mar Recife Valor por pessoa: R$ 1.452,04 - Opção 2: Dorisol Recife Grand hotel Valor por pessoa: R$ 1.711,04 - Opção 3: Atlante plaza Valor por Pessoa: R$ 2.033,04 - Informações fornecidas por Taynakan - Turismo Personalizado Telefone (62) 3215-3001. E-mail: helena@taynakan.com.br

Fonte - O Popular - Evandro Bittencourt De Recife- Alba Marinho Panorâmica da cidade: Veneza brasileira, por seus rios e pontes- Evandro Bittencourt Praça Barão do Rio Branco

 

 
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