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Praia do Forte - Bahia

Praia do Forte - Bahia

17/11/2009 

Verdade seja dita: o goiano que se preza adora curtir uma praia. E o que não faltam no Brasil são destinos turísticos paradisíacos e com boa infraestrutura. Mas poucos lugares reúnem tão bem qualidades como conforto, diversão, beleza natural, história e ecologia quanto a Praia do Forte, distante 55 quilômetros de Salvador. Localizada na Mata de São João, a Praia do Forte abriga desde resorts com megaestruturas até um econômico Albergue da Juventude, além de ser uma das sedes do Projeto Tamar, que cuida da preservação de tartarugas marinhas.

Antes de ser descoberta pelos donos de resorts e ter se transformado em um dos destinos turísticos mais procurados do País, a Praia do Forte era uma vila habitada por pescadores e marinheiros. Essa vila teria se erguido ao redor do Forte, construído para proteger o porto. Atualmente, a vila abriga diversos bares, restaurantes, feiras de artesanato e lojas. É o point do lugar e principal endereço da badalação noturna. Por isso, uma visita à Praia do Forte começa necessariamente por aí.

Durante o dia, não deixe de visitar a Capela de São Francisco de Assis, que mais parece uma igreja em miniatura e que dá um charme extra à orla. A capela fica em frente à Praia do Porto e foi construída pelos próprios pescadores em 1900. Em torno dela, ocorrem ao longo do ano diversos tipos de festas folclóricas com influências africanas e indígenas, como Ramo, Caretas e Reisado.

Eclética

Por abarcar uma série de atrações diferenciadas, a Praia do Forte é um local que agrega visitantes de todos os gostos e idades. Para quem está em busca de paz e sossego, o mar e as piscinas naturais são opções básicas, onde se pode passar o dia mergulhado em águas mornas. Aqueles que não dispensam exercícios físicos nem mesmo no período de descanso, podem se dedicar a esportes náuticos como surfe, windesurf, canoagem e mergulho.

Mas vocação para o ecoturismo é mesmo a especialidade do lugar, que tem a sorte de atrair, além das simpáticas tartarugas marinhas, as gigantes baleias jubarte. O período ideal para encontrá-las é entre os meses de julho a setembro, quando elas chegam da Antártica para ter os filhotes. No local, existe o Centro de Pesquisa e Educação Ambiental do Instituto Baleia Jubarte, que busca conscientizar a população sobre a importância da preservação das baleias na região.

Visita obrigatória

A visita ao Projeto Tamar na Praia do Forte é praticamente obrigatória. Com uma taxa de R$ 10, o turista aprende sobre a logística do trabalho de preservação e tem a oportunidade de conhecer as quatro diferentes espécies de tartaruga que desovam na Praia do Forte: cabeçuda, de pente, verde e oliva. Dentre as que estão presentes no Brasil, apenas a tartaruga de couro não habita as águas da Praia do Forte.

As tartarugas marinhas ficam expostas em tanques de água, uma vez que os pesquisadores tentam a reprodução das espécies em cativeiro. Nas áreas de desova, as praias são monitoradas por tartarugueiros, pessoas da própria comunidade que demarcam os territórios onde existem ovos depositados. O período de desova ocorre de setembro a maio.

As tartarugas marinhas são o chamariz para a preservação de outras espécies marinhas também ameaçadas pelo homem. Por isso, o projeto abriga outros tipos de animais que habitam os oceanos, como por exemplo os tubarões. Uma experiência interessante no projeto é tocar em animais como o ouriço-do-mar, a lesma-do-mar, o caranguejo e as arraiais, que têm os ferrões extraídos. É uma experiência ao mesmo tempo angustiante e prazerosa. Antes de se aventurar, contudo, procure a ajuda de um biólogo do lugar. Ele vai demonstrar a maneira correta de lidar com esses animais.
 
Hotel de conceito ecológico

Alguns hotéis têm a preocupação de causar o menor impacto ambiental possível com sua presença. É o caso do Tivoli Ecoreort Praia do Forte, que a reportagem visitou a convite. O local, que completa 25 anos no ano que vem, desenvolve uma série de projetos sociambientais voltados para a população da Mata de São João. Em sua programação, estão incluídas trilhas, pescarias, mergulhos, visitas ao Projeto Tamar e a observação de baleias.

Dentro desse conceito ecológico, o hotel não possui iluminação noturna na praia para evitar atrair tartarugas recém-nascidas. De acordo com a bióloga do hotel, Carolina Soares, quando nascem as tartarugas são guiadas pela luminosidade da espuma do mar. Com a iluminação artificial, elas podem procurar o caminho contrário e morrer.

No que se refere ao conforto, o hotel também não deixa a desejar. Recentemente, o Tivoli investiu R$ 10 milhões em melhorias nas instalações e serviços, reformulando 112 de seus 292 apartamentos. O hotel também criou uma nova categoria de quarto, a Deluxe, ideal para casais em lua-de-mel.

Mas se a intenção for se hospedar em um quarto mais econômico, existem algumas opções, todas de frente para o mar. Há também uma estrutura de lazer completa que inclui piscinas, campo de futebol, quadras de tênis e de vôlei de areia, sala de massagem e academia. Não deixe de visitar a piscina de borda infinita, uma das principais atrações do resort.

Para quem procura relaxamento, o resort possui uma outra estrutura: o Thalasso Spa. Nela, são realizados tratamentos estéticos para o corpo e o rosto. Como o próprio nome indica, o carro-chefe é a talassoterapia, que utiliza água do mar, associada a outras técnicas de relaxamento. Existem ainda pacotes, como o Ritual de Renovação, que inclui talassoterapia, massagem relaxante e desintoxicante facial. Para 2h30 de programação, é cobrado o valor de R$ 405. A quem quiser apenas usar a estrutura do spa, que conta com hidromassagem, piscina aquecida, saunas e circuito das águas, são cobrados R$ 60.

AS RUÍNAS DO CASTELO

A Praia do Forte não é apenas um refúgio ecológico e turístico. O lugar abriga também um dos principais monumentos do patrimônio histórico e cultural brasileiro, datado da época da colonização do Brasil. Trata-se das ruínas do Castelo Garcia d’Ávila, hoje preservadas pela organização não govenamental (ONG) Fundação Garcia d’Ávila.

O Castelo, que recebeu essa denominação na época de seu tombamento por causa de seu tamanho, está a 70 metros do mar e distante a 3 quilômetros da praia. Foi construído como uma Casa da Torre com o propósito de avisar Salvador de possíveis ataques vindos do mar. A informação era transmitida por meio de sinais de fumaça, que eram enviados torre por torre até chegar à antiga capital.

O começo de sua construção foi em 1551, dois anos depois que Garcia d’Ávila chegou ao País acompanhando uma expedição portuguesa. Nessa época, o rei de Portugal dividiu o Brasil em capitanias hereditárias, doadas aos nobres para explorar e colonizar nossas terras. Garcia d’Ávila recebeu na ocasião as chamadas sesmarias, cujo único pedaço de terra que restou corresponde hoje à fundação. Para dar uma utilidade ao local, como era exigência do rei para as sesmarias, dizem que Garcia d’Ávila teria se dedicado à pecuária e à monocultura de coco, fruta trazida da Índia e que hoje tão bem representa o litoral do Brasil. A construção iniciada pelo expedicionário só terminou com seu neto, em 1629. Como o último d’Ávila morreu sem deixar descendentes, a propriedade ficou nas mãos de uma sobrinha deste que morava em Salvador.

Após a capital federal ter sido transferida para o Rio de Janeiro, a Casa da Torre começou a ficar abandonada e só foi resgatada em 1938, quando o Iphan realizou o tombamento. Em 1996, por meio de patrocínios, foi possível resgatar parte da arquitetura da edificação. Mas a única parte realmente restaurada é uma pequena Capela Nossa Senhora da Conceição. O restante do Castelo são ruínas, que tiveram suas estruturas consolidadas para resistir ao tempo.

Hoje, a Fundação Garcia d’Ávila, presente desde 1981, promove uma série de projetos para garantir a preservação do local. Para conhecer o Castelo Garcia d’Ávila, é cobrada uma taxa de R$ 5. A visita vale a pena não apenas por causa do aspecto histórico, mas também pela paisagem privilegiada que é possível vislumbrar através das janelas da ruína.

Dicas

¤ O aeroporto mais próximo da Praia do Forte é o Internacional de Salvador Deputado Luiz Eduardo Magalhães, a 50 quilômetros da capital bahiana. Há voos saindo de Goiânia a partir de R$ 568 por pessoa, ida e volta.

¤ Para ir do aeroporto até a Praia do Forte, as opções são táxi, ônibus e aluguel de carro. De táxi, o custo é de cerca de R$ 100. De ônibus, a Empresa Linha Verde faz as linhas de Salvador para a Praia do Forte saindo da Estação Rodoviária e com escala em vários outros pontos (Telefone: 71 3460-3636).

¤ Albergue: Praia do Forte Hostel, com tarifas de R$ 33 para suítes coletivas na alta estação. Contato: (71) 3676-1094 ou site www.albergue.com.br

¤ Serviços disponíveis na cidade: caixas eletrônicos 24 horas, estacionamento, farmácia, Correios, posto de saúde, locadoras de veículos, agências de turismo, casas de câmbio, táxi e aeroporto para táxi aéreo.

¤ Uma motivação a mais para quem quer conhecer a Praia do Forte é o 4º Festival de Gastronomia e o 1º Festival de Arte e Cultura da Praia do Forte, que começam nesta quinta-feira. Este ano, o tema do festival é O Coco e o Forte. Chefs de cozinha de várias partes do País estarão lá para criar pratos que utilizam o coco como principal ingrediente. O evento é aberto ao público, que poderá degustar os pratos nos restaurantes do lugar.

Pacotes

Pacote (baixa temporada), com embarque e desembarque até dia 15/12

POUSADA SOBRADO DA VILA
Valor para o casal: R$ 3.405,00, que inclui: n Passagem Aérea Goiânia/Salvador/Goiânia (TAM) n 7 noites de hospedagem com café da manhã (standart)

¤ Traslado aeroporto/hotel/aeroporto

TIVOLI ECORESORT PRAIA DO FORTE

Valor para o casal: R$ 5.830,00, que inclui: n Passagem Aérea Goiânia/Salvador/Goiânia (TAM) n 7 noites de hospedagem com café da manhã e Jantar(standart)

¤ Traslado Aeroporto/hotel/aeroporto

¤ Formas de pagamento: em até dez vezes no cartão de crédito ou no cheque

Fonte: Total Viagens e Turismo,telefone: 3941-0058

Goiasnet.com/Erika Lettry - O Popular

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