Mundo Mulher

Maioria das pessoas vai usar 13º salário para quitar dívidas

18/11/2011

 

 
Fernanda Rodrigues Weinchutz vai usar o 13º salário para pagar contas e guardar o que sobrar
Com o aumento da inadimplência ao longo deste ano, o 13º salário já tem destino certo. Pelo menos para 60% das pessoas, os recursos extras irão para o pagamento de dívidas. De acordo com pesquisa feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o índice é 5,26% maior em relação ao ano passado. Com isso, caiu de 19%, em 2010, para 17%, neste ano, o total de brasileiros que pretendem comprar presentes.

Com orçamento mais enxuto, a ordem é apertar o cinto e gastar menos com os "agradinhos de fim de ano". Baixou de 12% para 10% o número de pessoas que irão gastar entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. Recuou também de 17% para 14% o volume de brasileiros que pretendem desembolsar entre R$ 500 e R$ 1 mil. Por outro lado, subiu de 35% para 37% quem vai destinar entre R$ 200 e R$ 500 para presentes.

Segundo economistas, o décimo terceiro salário irá injetar cerca de R$ 180 bilhões na economia, sendo grande parte desses recursos concentrada em dezembro. Pela lei, as empresas podem pagar o décimo terceiro em duas parcelas: a primeira até 30 de novembro e a segunda, até 20 de dezembro.

— Muitas empresas antecipam o décimo terceiro nas férias e algumas companhias pagam parte do benefício no meio do ano. Porém, a maior parte é concentrada em dezembro mesmo. Neste ano, por conta do aumento da inadimplência, é possível observar que a maioria pretende zerar as dívidas que foram contraídas. Haverá consumo também, que irá crescer, mas em ritmo menor que o verificado no Natal do ano passado — diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac.

Com o calote e o consumo em alta, muitos brasileiros já recorreram às linhas de crédito para antecipação do décimo terceiro salário oferecidas pelos bancos. Neste ano, a procura vem aumentando 25% em relação ao ano passado. As principais instituições financeiras oferecem a modalidade durante todo o ano – porém, mais da metade da procura é concentrada entre outubro e novembro. De acordo com os bancos, a taxa de juros da linha começa em 2,73% ao mês. Segundo economistas, a modalidade é uma boa opção para quem já está endividado no cheque especial, cujos juros estão em 8,23% ao mês, ou no cartão de crédito, com taxas mensais de 10,69% .

— Vale tudo para escapar dos juros altos — diz o consultor de investimentos Vladimir Amorim.

Especialistas recomendam planejamento e poupança, sempre que possível

Mas enquanto o décimo terceiro não vem, o brasileiro tem recorrido as linhas dos bancos. Levantamento feito pelo GLOBO verificou que o Bradesco, que empresta até 80% do décimo terceiro salário, cobra juros a partir de 2,73% ao mês. No Itaú-Unibanco, a linha permite financiamentos de até R$ 10 mil, com uma taxa a partir de 2,92% mensais. A Caixa empresta até 90% do décimo terceiro salário, com juros de 2,90% ao mês. No Santander, é possível financiar até 100% do salário, com juros a partir de 3,49%.

No Banco do Brasil, a procura foi intensa nos primeiros sete meses deste ano. A demanda pela linha, que já liberou R$ 755 milhões, cresceu 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 910 mil operações e um empréstimo médio de R$ 830. A modalidade, que cobre até 80% do décimo terceiro salário, tem juros a partir de 3,21%.

— É preciso lembrar que o financiamento deve ser pago em dezembro, véspera de despesas extras, como os encargos de início de ano. Por isso, deve-se fazer um planejamento antes de sair pegando dinheiro emprestado porque a conta chega sempre na pior hora — destaca o consultor de investimentos Vladimir Amorim.

Pesquisa da Anefac ressalta que aumentou em 5,71% o número de pessoas que pretendem zerar a dívida no cheque especial com o décimo terceiro . O mesmo movimento, com alta de 2,63%, aconteceu com o cartão de crédito.

— Quitadas as dívidas, deve-se tentar reservar parte dos recursos para as despesas de começo do ano (IPTU, IPVA e de despesas escolares, como livros, uniformes, além de matriculas, para evitar entrar novamente no vermelho no começo do próximo ano — diz Oliveira, da Anefac.

Mas há quem não esteja endividado. Nesse grupo, o maior interesse é por eletroeletrônicos e celulares, com mais de 70% da preferência. Roupas e brinquedos aparecem em seguida, com 68% e 65%, respectivamente.

O consultor financeiro e presidente da Cobrart, Luiz Felizardo Barroso, destaca que é fundamental planejar o uso do décimo terceiro:

— O ideal é poupar o que sobrar. É preciso ser firme e evitar despesas desnecessárias — disse Barroso.

Fernanda Rodrigues da Rocha Weinchutz, assistente-administrativa, pretende seguir a orientação do consultor:

— Eu vou utilizar meu décimo terceiro para pagar algumas contas e vou guardar o restante do dinheiro para outros projetos.Goiasnet.com/O Globo

Mundo Mulher
Mundo Mulher
Mundo Mulher
box_veja