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Índios invadem terras no Sul da Bahia, desregulam a economia local e deixam mais de três mil famílias desempregadas e desabrigadas

Índios invadem terras no Sul da Bahia, desregulam a economia local e deixam mais de três mil famílias desempregadas e desabrigadas

14/03/2012

Adriana Guidolin

Os caciques da tribo Pataxó hã-hã-hãe Gerson de Souza Melo, 50 anos e Wilson Jonas de Souza, 46 anos, que são os líderes da região, afirmam que se o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, não julgar imediatamente a questão do conflito, entre os índios e os proprietários de terras, vão invadir, em breve, mais 12 fazendas na região do Rio Pardo, também Sul da Bahia.

O delegado responsável por aquela área, Francesco Denis da Silva Santana, que atua na região há seis anos, afirmou que as invasões têm acontecido com violência e armamento pesado, de uso restrito do Exército Brasileiro, como fuzil, calibre 7,62 rifles longos e espingardas cal 12.


“Os índios Pataxó não respeitam a minha autoridade local e afirmam que apenas a Polícia Federal possui competência para julgá-los. Isso dificulta muito o meu trabalho. O clima na região é tenso e já expedi o pedido de reforço policial oficialmente por meio de documentos, para a época do julgamento porque acredito que a violência deles será muito maior na ocasião. Mais assassinatos vão acontecer, entre outras agressões, a exemplo do que vem acontecendo aos proprietários das terras e seus funcionários, empregados e colaboradores”, afirma Santana. Além de não exercer respeito aos índios da região, o delegado afirma também que não conta nem com o apoio da FUNAI, que consegue recursos garantindo aos índios ainda mais liberdade de ação, uma liberdade irrestrita e em excesso.


“O que posso acrescentar é que nesse período da minha atuação local, tenho um alto índice de registro de violências e crimes dos índios para com os proprietários e seus funcionários e nenhum registro de violência por parte dos proprietários, que estão aceitando as invasões de forma pacífica. Esse são os dados oficiais que posso transmitir com tranquilidade”, esclarece a autoridade.


O delegado de Polícia da região de Potiraguá (BA), Teodoro Ribeiro Guimarães Neto, de 34 anos, com a sua mulher Maria Luíza Barreto Quintela, 34 anos, tiveram a fazenda Belo Horizonte invadida por aproximadamente 30 homens armados e encapuzados, no dia 16 de Janeiro de 2012, às 6h.

Alguns proprietários das fazendas invadidas, pequenos e médios produtores de Cacau, leite e carne da região, não querem ser identificados, mas estimam grandes prejuízos tanto local, como para todo o Estado da Bahia, além do desemprego na região, que essas invasões ocasionaram, aproximadamente de três mil famílias desempregadas e atualmente desabrigadas que não tem para onde ir porque eram empregados registrados dessas propriedades e moravam lá.
 

Os prejuízos causados também afetaram intensamente a economia, como por exemplo, a produção de leite, que em média eram distribuídos, por mês, 2 milhões de litros do produto, algo em torno de R$ 1,5 milhão, já não acontece e o produto se perde. Além de outras perdas como aproximadamente 500 mil arrobas de cacau/ano, entre outros prejuízos e desperdícios de carne, bananas da terra e etc.
Para finalizar, na opinião dos pequenos e médios produtores, foi uma unanimidade: “Não queremos que os índios não lutem pelos seus direitos, mas nós também temos os nossos.

Estamos sendo tremendamente injustiçados e sofrendo todos os tipos de agressões e violência, inclusive sequestros e assassinatos dentro da nossa própria terra, que é a Bahia. Acreditamos que em breve a Justiça Brasileira reconhecerá também os nossos direitos de trabalhadores dignos e empregadores e produtores da região”. O grupo apresenta uma série de estudos realizados por especialistas como antropólogos e geólogos renomados, que questionam se essa etnia realmente existia anteriormente na Bahia. Segundo o estudo, acredita-se que alguns tenham vindo de Minas Gerais e muito deles sejam “oportunistas” que se passam por índios.

Os estudos também demonstram que não há caracterização indígena dessa Tribo Pataxó, não há caracterização de pele, cabelo, cultura, enfim. Cabe agora ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, julgar a sentença que está tramitando há 30 anos na Justiça Brasileira.
 

Adriana Guidolin - adrianaguidolin@uol.com.br

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