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Advogados dizem que réus ligados a Valério não tomavam decisões


08/08/2012

Nesta terça-feira (7), foi a quarta sessão do julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Foi a vez dos advogados de quatro réus ligados a Marcos Valério. Todos os defensores afirmaram que seus clientes desconheciam a prática de atividades ilícitas e negaram ter conhecimento sobre o suposto esquema de compra de votos no Congresso Nacional.

Os cinco réus defendidos foram Cristiano Paz e Rogério Tolentino, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), os dois eram sócios de Valério, além das funcionárias da agência SMP&B, também de Valério, Simone Vasconcelos e Geiza Dias. A ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, que foi defendida nesta terça-feira, é apontada pela Procuradoria como responsável por transferir recursos ilegalmente para as empresas de Valério.

O ex-ministro José Carlos Dias, fez a defesa da ex-presidente e atual acionista do Banco Rural Kátia Rabello. Ele negou que o banco fizesse empréstimos fictícios ao grupo de Valério. Segundo a PGR, esse dinheiro era usado para o pagamento de propina a políticos em troca de apoio ao governo de Lula no Congresso.

As defesas insistiram afirmando que seus clientes, que trabalhavam para Valério, não tinham poder de decisão, apenas executavam ordens sem saber qual era o destino dos saques feitos pelas empresas de publicidades.

Cristiano de Mello Paz
O advogado de Cristiano de Mello, Castellar Modesto Guimarães Filho, afirmou que seu cliente é réu “somente pelo fato de ter sido sócio de Marcos Valério”. Disse ainda que seu cliente só atuava na parte de criação nas empresas de publicidade e não se envolvia em questões financeiras e administrativas.

O publicitário Cristiano Paz é acusado de ter feito transferência de dinheiro irregukar para o exterior, ele responderá pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, evasão de divisas e peculato.

Rogério Tolentino
O advogado Paulo Sérgio de Abreu e Silva, defensor de RogérioTolentino, sócio de Marcos Valério, disse que a intenção da Procuradoria foi aumentar o número de acusados. O advogado afirmou que seu cliente não era sócio de Valério e que ele foi denunciado para justificar a atuação de um “quadrilhão”. Segundo o advogado, de que o procurador quis acusar um número elevado de pessoas.

O defensor confessou que Tolentino recebia por meio de recursos não declarados, o chamado caixa dois, das empresas de Marcos Valério.

Simone Vasconcelos
Leonardo Isaac Yarochewsky, que defende Simone Vasconcelos, diretora de uma das agências de Marcos Valério, argumentou que ela entregou dinheiro a políticos a mando do chefe e que não tinha conhecimento de um suposto esquema de compra de votos.

Simone é acusada de ter distribuído dinheiro, além de sacar cheques na boca do caixa e fazer pagamentos pessoalmente.

Yarochewsky afirma que sua cliente "deveria figurar, no máximo, como testemunha nesse processo", em razão de não haver provas contra ela.

Geiza Dias
A defesa de Geiza Dias afirmou ainda que sua cliente era uma "funcionária mequetrefe" de Valério. “Geiza era uma funcionária mequetrefe. Ela era do terceiro escalão, uma batedeira de cheque”, disse o advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva.

Geiza era gerente financeira da agência SMP&B e subordinada a Simone Vasconcellos.

Kátia Rabello
O advogado José Carlos Dias afirmou que Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, “não pode ser responsabilizada por atos que não praticou”. Segundo a denúncia da PGR, o banco concedeu empréstimos fictícios às empresas de Marcos Valério e ao PT no esquema do mensalão.

Kátia responde por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira.

O advogado defendeu que seria impossível a então presidente do Banco Rural saber que empréstimos estavam sendo feitos. Segundo ele, a única atitude de Kátia Rabello referente às operações das empresas de Valério foi, quando assumiu a presidência do banco. Ela teve uma conversa com Valério para que ele pagasse o débito.

O julgamento será retomado nesta quarta-feira (8), com a defesa de outros réus. Até agora, dez dos 38 acusados já foram defendidos.
Goiasnet.com - Com agências

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